A fraude nos descontos do INSS afeta diretamente os aposentados e o erário público. A investigação continua, mas o governo precisa agir rápido para reparar esse erro histórico.
O ressarcimento aos aposentados é o mínimo, o que está em jogo é um roubo ao Estado.
A fraude nos descontos associativos do INSS, iniciada em 2019 sob o governo Bolsonaro (PL), não parou no tempo — ela cresceu e se aprofundou durante os dois anos e meio do atual governo Lula (PT). Trata-se de algo mais grave do que um golpe contra cidadãos vulneráveis: é uma agressão direta às instituições, à máquina pública e à confiança social. Os alertas feitos em 2023 à gestão do ministro Carlos Lupi (PDT) não geraram ações efetivas, revelando um Estado que foi lesado e, pior, permaneceu inerte diante do próprio esvaziamento.
A fraude nos descontos associativos do INSS teve início em 2019, durante o governo Jair Bolsonaro (PL), mas se agravou nos últimos dois anos e meio sob a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Alertas foram feitos ainda em 2023 à equipe do ministro Carlos Lupi (PDT), mas nenhuma medida concreta foi tomada.
É importante dizer: o esquema começou no passado, mas a responsabilidade é de quem governa o presente. Quando denúncias surgem e a máquina pública não age, o que era para ser um exemplo de combate à corrupção acaba soando como leniência — ou pior, conveniência.
Mesmo após investigações e denúncias dentro do próprio conselho do INSS, os descontos indevidos seguiram ocorrendo. O que prende um presidente a um ministro que permite que a água suja escorra diante de seus olhos? Seriam os 17 votos do PDT que sustentam uma base governista frágil no Congresso?
Esse silêncio compromete. A oposição, como era de se esperar, usa o escândalo como munição. E com razão: o governo que se apresenta como porta-voz do povo precisa agir como tal.
A promessa de ressarcir os aposentados lesados é apenas o começo — o mínimo aceitável. Em uma sociedade da imagem, onde o vídeo fala mais alto que discursos, não basta prometer: é preciso mostrar. Mostrar ação, mostrar resultado. Porque o tempo da paciência política acabou. Hoje, o que parece imobilidade é visto como descaso.
Operação sem desconto
- O esquema de fraude de descontos não autorizados em aposentadorias e pensões concedidos pelo INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social).
- O valor estimado dos desvios entre 2019 e 2024, segundo o CGU Controladoria-Geral da União
- Foram cumpridos mais de 200 mandados de busca e apreensão em 13 estados brasileiros e no Distrito Federal. Foram afastados das funções:
– Ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT)
– Presidente do INSS, Alessandro Stefanutto (PSB)
– Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, procurador-geral do INSS
– Giovani Batista Fassarella Spiecker, coordenador-geral de Suporte ao Atendimento ao Cliente do INSS
– Vanderlei Barbosa dos Santos, diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão
– Jacimar Fonseca da Silva, coordenador-geral de Pagamentos e Benefícios do INSS
– Policial federal suspeito de dar suporte ao grupo criminoso utilizando o cargo – ele não teve o nome divulgado